quarta-feira, 30 de novembro de 2011

chapter one ~

- Vou ter que jogar isso fora. - Decidi, segurando com uma mão só aquela corrente brilhante. Já não era mais interessada por ela.
- Isso deve valer muito. - Comentou Ania.
- E vale. - Disse Shahriar.
Virei para elas, balançando a peça.
- O que vem dos Volturi não vale nada.
Ania se sentiu intimidada. Logo olhou no relógio e anunciou sua ida. Seu pai a chamava. Eu e Shahriar nos despedimos dela, e quando estávamos sozinhas, resolvemos conversar.
Deve parecer estranho (ou não), mas os Volturi iam nos perseguir. Era impressão minha ou esse capítulo da novela já tinha passado? Mas dessa vez eles tinham dois motivos: O roubo de Shahriar e o misterioso aparecimento de Ania, uma híbrida poderosa. Não é de assustar que todos, menos eu, estavam mais tensos. A mais fraca era eu. E eu corria perigo com os assassinos italianos por perto.
- Está frio. - Eu disse, esfregando os braços. Shahriar pegou uma coberta pra mim, em questão de, sei lá, meio segundo.
- E seu namorado? - Perguntou ela, rindo. Sei que ela estava triste por dentro. Fazia quase 3 meses que ela não via Seth, seu imprinted.
- Eu não o vi hoje. - Falei artodoada. - Com licença.

Eu não era certamente assim tão lenta. Desci as escadas voando, mas não tão graciosa. Quando ia empurrar a porta, uma voz chamou.
- Ei, e o casaco?
Mamãe. Ela havia trancado a faculdade para ficar comigo. Olhei para  ela. Linda, tão perfeita... Não parecia que tínhamos o mesmo sangue de quando ela era humana. Corri até ela, peguei o casaco e voltei para a porta.
- Não vá muito longe!
- Não vou ir. - Eu ri. Abri a porta e o vento bateu em meu rosto, fazendo os cabelos voarem para trás. Dei um passo, e logo senti vontade de correr. Mas eu queria ver Jake... Só isso.
Logo vi ele, sentado na varanda. Parecia pensativo, ou desapontado. De alguma forma, a ideia de os Volturi estarem vindo o deixava ainda mais chateado que todos. Aproximei-me lentamente, com os braços cruzados.
- Oi.
Nada de resposta. Acho que ele estava fingindo que eu não estava alí. Segurei o choro, ou a mágoa. Cheguei mais perto e coloquei as mãos no seu rosto, pressionando meus lábios contra os dele. Não houve reação. Me afastei.
- Você está, hãn, me evitando?
Ele olhou para mim.
- Estava só pensando.
Meus olhos arderam, o frio aumentou.
- Certo.
Me senti totalmente ridícula. Voltei pesadamente para casa, empurrando a porta com força e me jogando no sofá, infeliz. Em alguns segundos toda a família, Shahriar e Jacob estavam na sala. Começaram a discutir sobre o que fazer, pra onde ir, e eu sinceramente não estava mais dando a mínima para aquilo. Quando alguém disse "fugir", eu levantei a voz.
- Acham mesmo necessário? Vão nos perseguir aonde quer que vamos!
Tia Rose sorriu para mim, tranquilizadora. Ela parecia querer que eu fosse a primeira a falar alguma coisa alí. Pelo menos ela me achava importante. Encarei Jacob e voltei a olhar pra ela.
- Querida... Só queremos o seu bem.
Abracei os joelhos. Sentia os olhos de todos em mim. Aquele momento de tensão não podia ser pior, até que Sarah me salvou, tocando a campainha.
- Entre. - Gritei, e ela o fez. Olhou todos nós e decidiu uma coisa:
- Vim em um momento errado.
Suspirei.
- Vamos lá pro meu quarto.
Tentei subir em uma velocidade humana, ms Sarah só chegou quatro segundos depois.
- Não dá pra esperar? Agora, me diz... Qual o problema? Todos aqueles vampiros estão tão estranhos lá embaixo....
- Problemão com inimigos. - Eu suspirei. - O que aconteceu? Você parece diferente.
Sarah me olhou como se fosse me dar um tapa.
- Eu? Você que está. Desculpa, é que eu estou tendo problema com os tutores e meu irmão está insuportável.
- Não posso dizer que sei como se sente, mas se precisar de uma amiga, eu vou estar aqui.
A abracei. O cheiro do sangue dela nem me encomodava tanto. Algo na mão dela vibrou, fazendo cócegas em mim. Era o seu celular. Ela leu a mensagem em voz alta.
- "Sarah, volte para casa". Ótimo, sou escrava agora?
- Volte pra cá quando quiser. - Eu sussurrei. - Quando eu ligar, quer dizer.
Ela acenou e desceu as escadas. Abri a porta do quarto e fiquei sentada na cama, sentindo o frio. Uma tempestade de neve estava por vir.
Alguém abriu a porta. O cheiro era amadeirado e refrescante. Jake. Eu não olhei.
- Ness, me desculpe. Eu estava... preocupado demais com você.
Ele se aproximou da cama.
- Não tem problema. - Dei de ombros.
Parece que minha desculpa não deu certo, pois ele me fez deitar e me beijou. Coloquei os braços em volta do seu pescoço enquanto seus lábios me aqueciam. Ele afastou o rosto do meu, e eu fiz biquinho.
- Eu te amo, Renesmee Cullen.
Deslizei os dedos pelo seu rosto, e dei-lhe mais um beijo.
- Também te amo muito, Jacob Black.
Sentei na cama de novo, ele se deitou ao meu lado. Tirei sua jaqueta de couro, joguei esta no chão e me encolhi em seus braços. Exalava seu aroma enquanto ele beijava meu pescoço.
- Eu preciso de você. - Sussurrou ele.
Ri.
- Preciso de você também, ou vou morrer congelada esta noite.
Jake acariciou meus cabelos e beijou meu rosto.
- Mas... - Continuei. - Não quero falar sobre mais nenhuma outra coisa, ou seja...
- Já entendi, amor. - Ele calou minha boca com um beijo. - Está cansada?
Observei meu braço. O relógio marcava 22:00.
- Não. - Menti. Meus olhos já estavam pesando.
- Acha mesmo que sabe mentir bem?
Saí do seu abraço e o encarei.
- Sou uma ótima mentirosa. - Dei um sorriso malicioso.
- Nessie, ótima em qualquer coisa, menos em mentir. - Ele me puxou de volta.
A verdade era que eu não queria que aquilo acabasse, ou que os Volturi existissem.
- Se eu dormir, você vai ir embora?
Ele apertou mais a mão na minha cintura. Me senti tão bem, como se a neve lá fora fosse inútil. Nada poderia me fazer ficar com frio.
- Claro que não. A não ser que queira.
- Seu idiota, tudo o que eu quero é você, dãh. - Beijei seu rosto. - O que falaram depois que eu subi?
- Não quer mesmo dormir? - Ele perguntou.
Fiz que não com a cabeça. Ele suspirou.
- A loira...
- Tia Rose.
Ele fez uma péssima imitação da minha voz:
- "Tia Rose acha que devemos levar você pra algum lugar não-civilizado".
Soltei uma gargalhada.
- Pra onde ela quer ir?
- Não lembro.
- O que eu tenho que fazer pra você dizer? Espera, não responde.
Nós rimos. Tentei ficar mais perto dele.
- Fora dos Estados Unidos, não é? - Arrisquei.
- Muito longe. Não quero ficar longe de você.
- Ou não quer viajar com um monte de vampiros.
Olhei-o. Não houve resposta.
-Tudo bem, Jake... Vamos ficar bem hoje, ok? - Coloquei cada perna de um lado de sua cintura e beijei-o uma última vez, tentando fazer com que o momento se estendesse. Ele passava suas mãos em minhas costas, e depois no meu cabelo. Afastei o rosto e observei seu sorriso, que me fez sorrir também. Tirei o casaco e joguei para trás.
- Perfeita. - Sussurrou ele. - Você é completamente perfeita.
Eu corei. Fui correndo fechar as cortinas e voltei a deitar nos seus braços.
- Boa noite. - Disse ele, e eu tentei não ter sonhos ruins, já que tudo estava quase perfeito.