terça-feira, 27 de dezembro de 2011

After All...

Era, definitivamente, o fim do mundo quando meus pais resolveram me humilhar, indo falar com os cordenadores da escola sobre o quanto eu era uma aluna perfeita. Olhei para todos, perguntando se uma alma caridosa não podia me tirar dalí. "Só quando Edward e Bella vinhessem", ah, que droga!
Sentei no banco na frente da escola com Sarah. Ela esperou um pouco, porque os pais adotivos dela já tinham ido embora, e ela não ia suportar ficar no mesmo carro que eles naquele dia. Dereck tinha ido embora forçado com seus pais ricos e metidos. Não é de se espantar que nós três somos amigos: somos esquisitos.
- Ah, olhe. - Sarah apontou para o outro lado da rua. Eu olhei para onde ela apontara e vi uma garota mais alta que eu, mas que aparentava ser mais jovem. Seu cabelo cacheado era dourado, como os olhos. Ela acenou para mim, com a outra mão alisava o vestido verde-pinheiro.
- Shahriar! - Gritei e corri para abraçá-la. Ela tinha passado as últimas semanas com seus amigos, Carmen e Eleazar, me fazendo dormir sem companhia. Ela era, definitivamente, uma ótima companheira de quarto. Soube que ela tinha falado com Seth, seu imprinted, o que a deixava feliz. Eu ficava feliz por eles. - Não acredito que está aqui!
- Oi! - Ela sorriu, meiga. - Trouxe companhia.
Do meio das árvores dalí surgiu uma linda mulher mexicana, porém pálida. Seus olhos dourados estavam brilhando, já havia muito tempo que não a via.
- CARMEN!
Carmen Denali estava linda como sempre, e estendeu os braços para que eu a abraçasse.
- Hola, Nessie! Como você cresceu... - Ela disse, quando a abracei. Chamei Sarah e ela se aproximou, encolhida com a presença de Carmen.
- Esta é minha amiga Sarah. Ela sabe sobre nosso segredinho.
Carmen riu, um som agradável como pequenos sinos.
- Me chamo Carmen. - Ela apertou a mão de Sarah.
Shahriar parecia inquieta.
- Posso falar com você? - Perguntou ela, incomodada.
- Claro. - Eu disse. - O que foi?
Ela pareceu engolir em seco antes de despejar as palavras:
- Eu só voltei para agradecer... A você e sua família pelo que fizeram por mim. Nos Volturi, eu não tinha uma família. Vocês me receberam. Não sabe como eu sou grata por isso.
Se é que é possível, Shariar parecia que ia chorar. Eu a abracei com força.
- Eu entendi. Não precisa agradecer, foi um prazer. E olha só quem é sua mãe agora.
Ela riu. Eu pisquei para Carmen.
- Ser mãe não é difícil. Shahriar é preciosa. - Carmen disse. Eu sabia que a palavra significava "adorável" em espanhol.
- Bom, não esqueça de me ligar e de comunicar pelos sonhos, senão eu vou ter que ir em Denali.
- Seria bom. - Falaram, mãe e filha juntas.
Mal percebi meus olhos lacrimando. Eu ia sentir falta dela.
- Não suma. - Disse, quase chorando. Elas acenaram e se foram. Eu achei que ia ficar deprimida pro resto da vida. Esse é o problema em ser uma híbrida: você pode chorar até não aguentar mais.
Virei-me para Sarah. Lá estávamos nós, duas meninas de dezessete anos totalmente perdidas no meio de um bando de adolescentes usando a bata vermelha da South High.
- E então... Faculdade? - Ela tocou no ponto fraco.
Revirei os olhos.
- É o que eu estou evitando no momento. Meu  pai vai acabar me arrastando pelos cabelos.
- Somos duas. Mas eu estou louca pra começar. Afinal... eu vou continuar envelhecendo, envelhecendo, envelhecendo...
- Sarah! Já não esqueceu isso?
- Desculpa. - Ela corou. - Quando nós três vamos sair juntos? Uma confraternização pós formatura.
Eu ri.
- Quando der. Estou meio nervosa quanto a tempo, minha mãe quer me levar pra conhecer a minha avó... a humana.
Ela entendeu o desespero na minha voz, mas era verdade. Mamãe queria que eu conhecesse a mãe dela, que não via a anos. Eu não sabia como ela era, só que seu nome era Renée, e que vovó Esme a adorava. Eu estava apavorada com o fato de conhecer uma moça que não fazia ideia que era sua neta. Quem podia culpá-la?
- Ok. É só avisar. Mas ainda essa semana, ok? Precisamos de um dia pras garotas, também.
- Isso deve significar comprar até cair.
Rimos juntas. Papai e mamãe saiam, de mãos dadas, da escola.
- É hora de ir. - Anunciou Sarah. - Até mais.
Nos abraçamos e fomos em direção às nossas casas.
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Imagine estar em um cenário assustador. Nada se compararia à estar na minha sala de estar naquela noite, ouvindo música alta e presenciando tia Alice e tio Emmett completamente bêbados.
Talvez fosse pra comemorar a minha formatura ou sei lá o quê, mas eu sabia que o alcóol na bebida, quando se misturava com o veneno de vampiros, dava um efeito bem pior do que nos humanos. E comigo? Eu tinha sangue humano e veneno. Ia ser um estrago.
Fiquei sentada no sofá grande com tia Rose e tio Jasper, olhando boquiabertos para os dois loucos, segurando garrafas nas mãos.
- Alice tem um armário cheio disso no quarto. - Tio Jasper comentou, e eu ri.
- ALICE! - Brigou vovó Esme no outro sofá, onde estava com o vovô. Tia Alice não deu a mínima. Ela estava feliz e dançando. Meus pais me vigiavam sentados nas cadeiras da cozinha, que dava direto para a sala. Eu sorri para eles e levantei as mãos, dizendo "eu não vou fazer nada de errado". Jake... Onde ele estava?
- Ness... - Falou tio Emmett, chacoalhando a garrafa de wisky - Te dou mil dólares se tomar um copo disso.
- EMMETT! - Tia Rose, papai e mamãe berraram em uníssono.
- O cheiro não é bom. - Eu reclamei. Tio Jasper segurou o riso.
- Você não ia colocar esse lixo no seu corpo mesmo... - Reclamou mamãe.
- Você quer, não é, Bells? - Zombou tio Emmett. - Mas é fraca demais pra admitir.
Nunca queira ver uma Bella furiosa. Ela havia trocado o vestido azul por um bege simples, mas ainda parecia perfeita. Ela pegou a garrafa das mãos do meu tio, olhando ameaçadora, e colocou um pouco em um copo, engolindo a bebida em seguida. Bati palmas.
- É ISSO AÍ, MAMÃE!
- Deixa a Nessie provar, estamos em casa. - Riu tia Alice, enquanto girava. Tio Jasper percebeu como estava doida demais e levou ela pro quarto.
- Nessie é de menor. Não vai.
- Mil pratas, e eu levo você no shopping pra comprar o que quiser. - Falou meu tio. Tia Rose olhou para ele como se dissesse "cale sua maldita boca". Levantei e enchi o copo todo, o cheiro me dando dor de cabeça. Mesmo se eu quisesse, minha mãe estava segurando meu pulso. Não tinha força, mas eu sabia que não ia conseguir me mexer.
- Deixa eu provar, mamãe. - Fiz biquinho. - Eu vi uma bolsa linda no shopping e quero ela.
- É só pedir que eu compro. - Ela resmungou.
Papai riu da cena. Ele com certeza não ia me deixar se eu pedisse, mas achou engraçado. Com a outra mão, rapidamente, eu peguei a garrafa e coloquei na boca, deixando o copo na mesa e minha mãe com mais raiva ainda.
O gosto não era bom. Era forte. Fez a minha cabeça girar. Eu deveria ter tomado um terço do que tinha na garrafa.
- Argh, filha!
Deixei a garrafa na mesa e virei para tio Emmett, me desequilibrando por causa da dor forte que se acumulava mais e mais.
- Pague.
- Amanhã. - Disse ele, caído no chão. Tia Rose, mesmo chateada, disse a mamãe que não se preocupasse.
- Eita, o que aconteceu por aqui? - Pude ouvir a voz de Jake, mas não consegui ver onde estava. Meus sentidos pareciam anestesiados. Na verdade, eu parecia anestesiada.
- Vou cuidar dela. - Sussurrou tia Rose, me pegando no colo e me levando para o meu quarto em alguns segundos. De fato, pessoas bêbadas são estranhas. Eu havia descobrido por conta própria que meu organismo não era preparado para aquilo. Ao me levar para o banheiro, vomitei tudo o que tinha bebido. Ela escovou os meus dentes, penteou meu cabelo e colocou meu pijama. Só disso consegui lembrar.

[nota da autora: quem quer ver mais nessie drunk? o/ kk. prometo continuar]

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